

Evento:
arte e anestesia: imagem e ausência no abismo da alta reprodutibilidade técnica
Na próxima
sexta-feira, dia 19 de maio às 14:30h, Cris Ambrosio e Deyson Gilbert
realizam a conferência “arte e anestesia: imagem e ausência no abismo da alta reprodutibilidade técnica”- coleção moraes- barbosa - no Colégio das Artes, Universidade de Coimbra. Entrada livre.
Colégio das Artes
Apartado 3066
3001-401 Coimbra
Portugal

Exposição e lançamento de publicação:
TERRA-PALAVRAS
Robert Smithson, Artforum 1966-73
org. Antônio Ewbank e Wallace V. Masuko
Abertura 6 de maio de 2023
11h às 19h
A linguagem escultórica de Robert Smithson não se resume a objetos comumente encontrados em museus e galerias, nem a projetos de larga escala, que exploram grandes espaços fora dos centros urbanos. Ela também amarra sua produção textual, publicada principalmente em revistas de arte norte-americanas nos anos de 1960 e 1970. Com o apoio da Holt/Smithson Foundation e da coleção moraes-barbosa, Robert Smithson: Artforum 1966-73 é lançado na ocasião dos 50 anos de morte do artista, contendo todos os textos publicados nessa revista, e pela primeira vez, em tradução fac-similar. Simultaneamente, a exposição Terra-Palavras aborda o pensamento escultórico de Smithson a partir de um conjunto de peças gráficas que fazem parte do acervo da cmb.
[ em breve] compra da publicação pela Editora Ébria
Programa de Textos: Uma cosmogonia periférica: sobre a 6ª Bienal de Arte de São Paulo
Erica Ferrari
“Toda a arte moderna inspirou-se na arte dos povos periféricos [...]’– com essa clareza de percepção, o crítico Mário Pedrosa empreendeu algumas das propostas mais radicais para o circuito artístico institucional brasileiro. Entre elas, a 6ª Bienal de Arte de São Paulo, por ele organizada em 1961, trouxe produções de diferentes [supostas] ‘periferias’, de variadas épocas, de contextos dos mais diversos – apresentando um conjunto de riqueza estética, simbólica e social que ainda reverbera. Como deve ter sido a experiência de ver lado a lado, um conjunto de afrescos medievais da antiga Iugoslávia, a obra de Kurt Schwitters e esculturas barrocas do Paraguai? Ou a pintura de Clemente Orozco, peças aborígenes australianas e os trabalhos de Pedro Figari? Essa junção de manifestações parece de fato capaz de friccionar os parâmetros do que se pôde julgar até então como arte moderna – entendida como a mais alta criação da sociedade Ocidental.”
Exposições:
ANESTESIA, ANISTIA, AMNESIA: Regina José Galindo
09/02 - 15/04/23
org. Cris Ambrosio e Pontogor. Texto de Tom Nóbrega
colemos a língua no congelador, treinemos para o silêncio / você monta uma cena em que tua boca é invadida por uma luva de látex durante a leitura de uma série de depoimentos / você nos lembra da assepsia legitimada dos tribunais que tentam barrar os testemunhos / dessa vez, aquele que abre a tua boca, usando roupas azuladas de hospital, segue instruções tuas / você nos lembra da invasão disfarçada por trás de toda assepsia / nos containers de detenção norte-americanos, destinados aos latinos que ousam cruzar a fronteira / reina uma assepsia semelhante àquela que impera nos aeroportos, hospitais, museus e galerias de arte / num espaço em si mesmo anestesiado, você lança mão da tua brutalidade alegórica para assinalar a anestesia, romper com a indiferença / a morte não tem metáfora / é simples e clara / você deixa de funcionar / fica teso / no meio de tudo / tuas alegorias vivas e tensas procuram apontar para a nossa indiferença em relação àqueles que não estão aqui /
Programa de Textos: De vidro. Por que não recua ou morre?
Laila Terra
É preciso entender mais do que o conjunto elementar que compõe a Farnsworth House como signo estético. É preciso entrar no contexto histórico da linguagem que abrange esse signo específico, porque toda linguagem está consignada a um determinado tempo e espaço. É necessário identificar as falas aplicadas à casa e aos personagens que dela se ocuparam nas distintas conjunturas. Quem era Mies van der Rohe, quando foi contratado por Edith, e quais eram os enunciados relativos a ele? Quem era Edith Farnsworth, a contratante, e como ela foi representada pela história (de 1940 a 2020)? Em que época a casa foi projetada e onde? Quais os elementos construtivos propostos por Mies? Qual foi a reação de Edith depois da casa pronta e o que isso acarretou? E, por fim, o que ocorreu com a casa ao longo tempo (de 1951 até 2020)? Finalmente, com esses dados, podemos confrontar os discursos.
Exposições:
A barganha
org. Khadyg Fares
A exposição apresenta trabalhos cujo terreno comum é o embate inerente à assimetria de forças, acordos permeados pela tensão, em que são disputadas imagens, memórias, gestos e sons. Os materiais reunidos expressam dinâmicas de poder, repetições e barganhas, e carregam marcas de um colonialismo interno e externo.
Programa de Textos: O fogo entre o passado e o futuro
Nathalia Colli
Quinhentas e quarenta e nove mil pessoas mortas pelo coronavírus no Brasil, a cotação do dólar não pára de subir, já se somam milhões de desempregados e milhões de desabrigados. Manchete central “Estátua de Borba Gato é incendiada na zona sul de São Paulo, dois foram presos”. Isto é um print screen de uma tela de jornal do dia 24 de julho de 2021. Ninguém saiu ferido. Exceto os dois presos. Os pretos.
Programa de Textos: O reflexo da faca
Caio Bonifácio e Renata Masini Hein
O gesto de recusa e a expressão no rosto de Iole, ao encarar a si mesma no reflexo do espelho, demonstram um eloquente enfrentamento com seu próprio corpo - um corpo fechado, como se impusesse, a uma repressão. A dureza de uma couraça da recusa enfática, de um corpo que enfrenta ao mesmo tempo em que afasta. A faca é ambiguamente um símbolo de violência: é apenas um instrumento, o qual, dependendo de quem empunha, é capaz de reprimir ou de libertar.
Exposições: 4 vídeos de Leslie Thornton
org. Cris Ambrosio, Deyson Gilbert, Frederico Filippi e Pontogor
A Medusa sorridente e bela, e não terrível e decapitada, convida à escritura e ao ressoar da voz desobediente às delimitações do gênero: cinema hollywoodiano/ cinema de autor, vídeo experimental/vídeo de massa, vídeo caseiro/
vídeo profissional, imagem encontrada/imagem
original. A linguagem audiovisual de Leslie
Thornton entrecruza categorias, atenua contornos, deshierarquiza, toma como O Outro a si próprio, e como Eu o Outro.
Programa de Textos: “Evita a parte norte-americana porque só tem televisão, ouviu?”
Cássia Hosni
A entrada das imagens em movimento nas exposições da Bienal de São Paulo, no início da década de 1970, pode ser vista como um território de conflito técnico, estético e geopolítico. Tais conflitos puderam se proliferar devido ao próprio modelo adotado pelo evento (e abandonado apenas em sua 27ª edição, em 2006), baseado nas representações nacionais, onde os países convidados custeiam o envio das obras e dos equipamentos – e têm, portanto, a palavra final sobre o que irão exibir.
Exposição: Horror Vacui
Pontogor (org.)
A coleção moraes-barbosa apresenta a exposição Horror Vacui, com organização do artista e ex-bolsista do programa de pesquisa da coleção. A exposição se apresenta como um desdobramento do resultado da pesquisa de Pontogor na coleção, que investiga as diferentes manifestações do vazio na arte.
“O desejo de ver é assim desviado para um convite à ação; as relações entre o que e como está sendo representado se aglutinam na produção de uma subjetividade em fazer.”*
*trecho do texto ‘The Blind Viewer’ [‘O Espectador Cego’] de Helena Vilalta.
Programa de Textos: Criação e cuidado na mistura entre corpos vibráteis /materiais
jialu pombo
O entrelaçamento entre vida e morte do qual Lygia fala é o que tenho chamado pela expressão vulnerabilidade-força: há uma força presente em um embrião que carrega informação potencial de vida, e para que tal vida venha a existir, aquilo que a carrega precisa abrir mão de sua forma, atingir o ápice de sua vulnerabilidade, e se misturar para germinar outra coisa.
Programa de Textos: Rayban
Wallace V Masuko
São 6 ou 8 as faces de plástico, as faces iguais se opõem, as faces diferentes se tocam, os riscos são internos e os tesos fios brancos os preenchem, os eventos ocorrem nas superfícies ou ao redor delas. O centro do objeto resta incólume, silêncio rodeado de matérias.
Exposição:
Estado de Possessão: notas para uma estética da tortura
Cris Ambrosio e Deyson Gilbert (org.)
para uma definição do conceito de possessão:
Em sentido estrito, drama ideológico instaurado no campo das consciências pelo conflito de duas ou mais entidades a conclamar, a um só instante, posse de um mesmo semblante. Em forma dilatada, categoria encruzilhada: trajeto espiritual dos seres esquartejados pelas lâminas histórico-políticas dos territórios, corpos e símbolos (demonologia dos pesos, dos passes e das posses).
Durante 6 meses, Antônio Ewbank, Bruno Baptistelli, Erica Ferrari, Pontogor e Tom Nóbrega receberam uma bolsa para desenvolver suas pesquisas em intersecção com o arquivo da coleção moraes-barbosa.